quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Mulher digna (em reforma)

Sofreste por vim e lutar
Nessa viagem tu foste
Sempre amiga e conselheira
Lágrimas caíram de ti
Que hoje limpam o meu rosto
Penso então...
Que nunca lhe perguntaram
Como estás Maria Cidélia?
Não tem mais jeito...
O tempo falou mais alto
Espero que esteja satisfeita
E feliz por dentro
Volte logo a realidade!
Assim ninguém sabe como estou
Totalmente enfermo, eu creio
Mas penso em ti
Minha querida avó
E madrinha dos meus pensamentos
Religiosos, contestantes...
Sobretudo bondosos
Você eternizou-se em mim
Como a primeira flor do canteiro
Tentarei seguir-te
Em busca de servir
Pois só assim chegaremos
Onde o sol nasce
E tenho plena certeza
Que és bendita
E tua recompensa
Está em minhas mãos
Aguarda-me
Com seu belo sorriso, poucos sonhos!
Adoro seu jeito simples
Vista sua roupa de domingo
Mais bonita e com seu perfume
Gostaria que soubesse
Que sempre te amei
Queria poder fazer seus gostos
E te levar para onde nunca foi
Pois a vida foi cruel contigo
Mas nunca foste derrotada
Nem demonstrou ingratidão
Queria poder ver seus gestos
E ouvir sua voz novamente
Lembro como recebia
Todos seus descendentes
Agora estou sofrendo
Lágrimas querem desfazer as letras
Tu que soubeste aproveitar a vida
Um dia após o outro, envelhecendo...
Ao lado de todos que amou
Sempre tiveste alma de criança
Quero um dia passear contigo
Levar-te a festejos
Ver-te feliz até o sol se pôr
E quando a lua surgir
Dar-te um grande beijo
De adeus.

(Ruan Carlos Teles)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Memórias deletadas

Pingam lágrimas escuras
Assim esfriando o meu rosto
Óculos, roupas, carros
Tudo pertence ao nada!

Imaginações precoces
Sempre tive e fui
Zombado por todos

Minha complexa história
Fora contada aos deuses
Que recusaram meus pensamentos

Todos tentam aceitar
Hipnose...

Já não resta-me mais nada
Somente a esperança
De minha vida ser arquivada
Em uma simples folha de outono

Pois talvez fui feliz
E hoje não vejo nada
Um cadáver no caixão
Onde os sonhos nascem...

(RuCa)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Engano

Quero comprar minha carta
Necessito desta liberdade
Almejo ver o mar
E banhar-me naqueles lábios
Lábios que desde menino sonhei
Vida minha que faz sentido
Em que lugar te encontrarei?
Enquanto isso os erros me ferem
Sofro calado, choro
Aperta o peito, dói muito
Mas ninguém pode me ajudar
Dá-me meu ursinho de pelúcia
Grato!

(RuCa)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sono

Meus olhos se fecham
Meu corpo repousa
Meramente adormecido
Minha alma flutua
Na escuridão deste quarto
Onde o barulho noturno
Não me atormenta
Fazendo-me ninar
E esbanjar-me
Num doce sono.

(RuCa)