terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Autopsicografia - Fernando Pessoa
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Fracasso - Pitty
O êxito tem vários pais
Orfão é o seu revés
Aos que sofrem, por fim o céu
Abranda a raiva
O que trago sobre os ombros
É meu e é só meu
Sustento sem implorar a bênção e o pesar
Mais vil é desdenhar
do que não se pode ter...
Vive tão disperso,
Olha pros lados demais
Não vê que o futuro é você quem faz
Porque o fracasso lhe subiu à cabeça
Atribui ao outro a culpa por não ter mais
Declara as uvas verdes, mas não fica em paz
Porque o fracasso lhe subiu à cabeça
O maestro bem falou
A ofensa é pessoal
Quem aponta o traidor
É quem foi traído
Já sabe o que é cair,
Ao menos tentou ficar de pé
E, vítima de si, despreza o que nunca vai ter
O mais verde é sempre além
do que se pode ter
Vive tão disperso,
Olha pros lados demais
Não vê que o futuro é você quem faz
Porque o fracasso lhe subiu à cabeça
Atribui ao outro a culpa por não ter mais
Declara as uvas verdes, mas não fica em paz
Porque o fracasso lhe subiu à cabeça
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Faz Tempo - Fabinho O'brian / Gigi
Já não se sabe o momento exato de partir
Não quero me entregar tão cedo
Aquele amor que eu senti quando eu te conheci
Não tá rolando mais, faz tempo
Não vejo mais o brilho
dos seus olhos pra mim
Nem sei se ainda
posso mesmo te fazer feliz
Cada momento
Que passamos
Juro, foi bom
Mas tudo que acende, apaga
E o que era doce se acabou
E quando eu penso em ir embora
Você não quer me dar razão
Me diz que eu tô jogando fora
O amor que tem no coração
E eu fico disfarçando
Finjo que não sei
Que em pouco tempo rola
Tudo outra vez
Não quero me entregar tão cedo
Aquele amor que eu senti quando eu te conheci
Não tá rolando mais, faz tempo
Não vejo mais o brilho
dos seus olhos pra mim
Nem sei se ainda
posso mesmo te fazer feliz
Cada momento
Que passamos
Juro, foi bom
Mas tudo que acende, apaga
E o que era doce se acabou
E quando eu penso em ir embora
Você não quer me dar razão
Me diz que eu tô jogando fora
O amor que tem no coração
E eu fico disfarçando
Finjo que não sei
Que em pouco tempo rola
Tudo outra vez
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
LACUNA NOTURNA III
Embaixo dos lençóis
Nossos pés se acham
Sua mão me arrasta
Deixando meu corpo arrepiado
Bem ali do seu lado
Mais próximos que dois átomos
Sinto em mim um respirar
Que não vem dos meus pulmões
Mas como vulcões
Nossos corpos acendem
Quase no mesmo segundo
Nem parece que dois mundos
Nunca estiveram tão ausentes
Porém, hoje estamos aqui
Na mesma cama, amando
Contemplando o frio
E o calor recíproco
Deste sentimento alheio.
Nossos pés se acham
Sua mão me arrasta
Deixando meu corpo arrepiado
Bem ali do seu lado
Mais próximos que dois átomos
Sinto em mim um respirar
Que não vem dos meus pulmões
Mas como vulcões
Nossos corpos acendem
Quase no mesmo segundo
Nem parece que dois mundos
Nunca estiveram tão ausentes
Porém, hoje estamos aqui
Na mesma cama, amando
Contemplando o frio
E o calor recíproco
Deste sentimento alheio.
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