Ele estava sentado na
escada de sua habitação quando se deu conta da burrice que tinha feito. Acabava
de dar um fora em seu grande amor, para enfim, explorar a promiscuidade advinda
de suas veias. Ele não tinha noção do mal que podia causar sobre os adentros de
uma pessoa que foi rejeitada.
Olhando pela janela
aquela árvore cheia de arbustos e folhas.
Finalmente decidiu
pegar seu carro e ir o mais rápido à casa da pessoa amada. Quando, no caminho
quase que delirando, lembrou-se das noites de brigas árduas que acabavam em
atos vorazes, pecaminosos para muitos, mas que os alegravam como crianças em
pura brincadeira.
Chegou a casa dela,
chamou à porta, e nenhum sinal de vida. Tomou coragem, arrombou a fechadura e
invadiu a residência...
Lá dentro, um caos,
objetos quebrados, jogados no chão, fotos rasgadas, roupas cortadas.
Escutava-se apenas o tic tac do relógio na parede da cozinha. Onde ela estaria
a essa hora?
Sua cabeça estava a
mil. Não sabia aonde ir. Eles costumavam ter poucos amigos. Na verdade eram os
únicos amigos, namorados e amantes. Veio à tona a cena da discussão: Era antes
de meio-dia. Ele tentava convencê-la que não sentia mais atração por ela e que
precisava de um tempo só. Ela dizia que não se via sem ele e que o amava mais
que tudo nessa vida. Por fim, ele a derrotou com sua imposição e com um frio e
estranho pesar, ele já saindo de sua cozinha a caminho da porta, ouve: “Se você
voltar, terei a certeza que seremos um do outro para sempre!”. Sem mais, como
se tomado por alguma força, foi embora sem olhar para trás. Liberdade! Aquela
tarde era para ser a melhor de sua vida.
De repente ouviu a
torneira da suíte aberta. Mas, não estava?!
Seguiu andando até o quarto e por fim o
banheiro. No qual se afogou com aquele mar de lágrimas rubis. Sua amada não
estava mais ali.
(Ruan Carlos Teles de Araujo, 10-09-2011)